15 de junho de 2011

Entrevista de Vítor Golas


O jovem guarda-redes brasileiro formado em Alvalade veio com apenas 16 anos e prepara-se para integrar o plantel principal da equipa do Sporting e foi entrevistado pelo jornal  O Jogo na edição desta quarta-feira.


A presença no plantel do Sporting na próxima temporada é uma certeza. Está consciente das dificuldades, quando tem pela frente um jovem internacional português e titular indiscutível há duas épocas, além do experiente Tiago?
O nosso profissionalismo está sempre na frente, e todos vamos trabalhar com um único objectivo: conquistar a baliza do Sporting. Não é preciso mentir: se estamos lá, estamos para discutir a posição. Cabe ao treinador decidir. Temos de fazer o nosso melhor.

Como tem visto a evolução do Rui Patrício e o trabalho desenvolvido nas últimas épocas?
Rui Patrício é um exemplo. Aprendi muito com ele e com Tiago na questão do trabalho. São guarda-redes que trabalham intensamente todos os dias. Claro que, tecnicamente, também aprendi. Reencontrar os dois jogadores e saber que Rui Patrício é uma aposta em Portugal motiva ainda mais; sou forçado diariamente a atenuar essas diferenças e a dar luta. Quando se está no plantel, luta-se por um lugar, e isso motiva ainda mais.

Em que aspectos o Rui Patrício melhorou?
A evolução foi notória em todos os pormenores. É um guarda-redes que, dentro dos postes, é difícil de bater. Tem grande envergadura, não é gigante, mas é complicado ultrapassá-lo. É um guarda-redes muito corajoso. É daqueles que, entre ficar na baliza ou sair, vão sempre e fazem sempre o máximo. Admiro muito essa coragem e aprendi muito com ele. A jogar com os pés, não há nada a apontar; penso que é bom.

Entre os guarda-redes que saem ou ficam só na baliza, em que grupo se integra?
Sou um guarda-redes muito frio. Às vezes, nos momentos de maior pressão, a equipa está nervosa e eu estou sempre sereno. No pior ou melhor, estou sempre sereno. Às vezes é um aspecto bom, mas quando é necessário ser mais enérgico, às vezes não sou, por isso tenho de evoluir nesse aspecto. Tenho de saber dosear a minha frieza.

Falou-se muito da saída de Rui Patrício no início deste defeso. Já o vê como um guarda-redes para outros voos? Em outro emblema dos principais campeonatos europeus, como, por exemplo, o Manchester United?
Nos quatro anos que tenho visto Rui Patrício na baliza do Sporting, é notória a evolução dele. Se continuar, penso que tem tudo para ser um óptimo guarda-redes. Acredito que, ao chegar à Selecção, tem demonstrado potencial e valor para chegar a grandes clubes. Agora é uma questão de tempo e oportunidade. Tem intenção, acredito, de singrar primeiro no Sporting e só depois sair.

Num plantel que conta com muitos jovens, a pressão imposta pelos adeptos prejudica a evolução dos atletas e da equipa?
Acho que não. Depende da personalidade de cada um. Adoro pressão, ainda rendo mais. Num marasmo, rendo menos. Se os adeptos cobram, é porque acham que somos melhores, e essa pressão é boa. Procuro ver as coisas boas. Se a expectativa é grande, a pressão também será, e isso é positivo.


Eduardo Nogueira

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