Daniel Carriço tem sido a solução de Domingos Paciência encontrou para atenuar a falta de Rinaudo no centro das operações. O outrora central promissor passou a ser um autêntico tapa - buracos no primeiro terço de terreno, de forma a equilibrar uma linha defensiva ainda bastante insegura (como se tem visto desde o jogo contra a União de Leiria).
Já no Sp. Braga, Domingos utilizava Vandinho com o mesmo propósito. Com Vandinho em campo, o centro do meio - campo defensivo estaria resguardado em detrimento de uma linha de construção a partir de trás. Esta opção fazia com que os alas (Evaldo e João Pereira, na altura) tivessem maior liberdade para subir e apoiar o ataque, por terem as dobras na retaguarda asseguradas pelo trinco. E a verdade é que, nos últimos jogos, vemos cada vez mais o Insua e João Pereira aproveitar essa liberdade concedida por Daniel Carriço.
No entanto, falta algo ao Carriço. Algo que só por si, é muito. Algo que não pode existir num trinco de equipa grande, ainda para mais contra equipas que jogam fechado e procuram os espaços nas costas (e há muitos, devido à lentidão de Polga e Onyewu, e às subidas dos laterais). Falta saber ler o jogo, falta saber ter a bola, não ter medo dela. Ontem, contra o Belenenses, Onyewu e Polga eram a primeira linha de construção. Viu-se, recorrentemente, Daniel Carriço a marcar individualmente o Miguel Rosa, em vez de vir buscar jogo e construir, como fazem Rinaudo e André Santos. Isso fazia com que na primeira linha de construção, tivéssemos uma linha de passe a menos.
Porque não recuou Schaars para vir buscar jogo? Qual o propósito de Elias em campo? Será o meio - campo de Domingos rígido em termos de instruções? Porque se assim for, para jogos como o de ontem, e para todos os jogos em que tenhamos de mandar no jogo, ter o Carriço a trinco faz-nos perder qualidade de jogo e capacidade de gerar ataques. O Belenenses soube aproveitar essa situação e com uma 'teia' de pressão
bastante bem montada por José Mota e inteligência para explorar os espaços entre os laterais e os centrais, criou-nos enormes dificuldades na
primeira parte. Preferirá Domingos Paciência, em detrimento do bom futebol, a segurança num determinado sector da equipa?
O dossier Daniel Carriço só vem comprovar uma coisa: que Rinaudo tinha e tem mais importância no futebol do Sporting do que muita gente era capaz de julgar. E espero, para o bem do meu clube e dos resultados desportivos do meu clube, que o Carriço vingue a médio defensivo e que se adapte cada vez melhor a essa posição. Apesar de não acreditar que isso vá acontecer.
Na minha opinião foi precisamente o contrário, no que diz respeito à marcação do Carriço ao Miguel Rosa.
ResponderEliminarDurante todo o jogo os únicos jogadores que não tiveram marcação homem a homem foram os centrais, precisamente aqueles que eram os primeiros na construção das jogadas.
Creio que o recuo quer de Elias quer de Schaars não iriam resolver grande coisa, pois seriam acompanhados por perto dos seus marcadores.
Penso que nestas situações de jogo, das duas uma: Ou o Central parte para a frente e tenta rematar ou passar no 1/2, com os riscos de ver o seu passe interceptado e apanhado por isso em contra pé; ou então o jogo terá que passar pelas linhas laterais com os jogadores de cada um dos lados, defesa, medio e extremo a jogarem entre si, com os mesmos riscos de perderem a bola e provocarem desequilíbrios na sua defesa. Alís, todos os lances do Belenenses foram causados quando os jogadores do Sporting arriscaram mais.
SL
Sócio 7149
O problema é que o arriscar não pode partir de zonas recuadas quando é precisar controlar um jogo. Se o Onyewu e o Polga seguirem em frente e tentarem o risco, e tentarem construir jogo, dificilmente seremos bem sucedidos. Alguém com maior capacidade técnica tem de vir buscar jogo. E antes quem o fazia era o Rinaudo, e o Carriço não tem capacidade para tal.
ResponderEliminarO recuo do Elias ou do Schaars poderia sim, resolver certas coisas. A marcação do Belenenses era apertada, sem exagerar na pressão ao jogador. Ou seja, os jogadores do Belenenses acompanhavam o seu marcador directo para onde quer que ele fosse, mas sem exagerar na pressão ao corpo. Com uma circulação rápida e tabelas no centro do terreno, este esquema era facilmente desmontado. Mas para isso era necessário um pêndulo. E esse pêndulo, não é o Carriço.
O